JORNADA
Não fiques para trás oh companheiro
É de aço esta fúria que nos leva
Para não te perderes no nevoeiro
Segue os nossos corações na treva.
Vozes ao alto, vozes ao alto
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
Aqueles que se percam no caminho
Que importa? Chegarão no nosso brado
Porque nenhum de nós anda sozinho
E até mortos vão a nosso lado.
Canção de Fernando Lopes Graça / letra de José Gomes Ferreira
quinta-feira, outubro 19, 2006
sexta-feira, outubro 13, 2006
A culpa
Há ideais que não nos largam. Maneiras de pensar e entender o homem que nos atrapalham quando precisamos, precisamos mesmo, de dizer que há pessoas de quem não gostamos, que não queremos perto de nós, que só de as ouvir espirrar - mesmo delicadamente (por isso mesmo?) - ou de as sentir arrotar ainda que para dentro (sobretudo para dentro?), nos dá uma vontade de, das duas uma:
- dar cabo delas (que o espirro as sufoque, que o arroto as engula)
ou
- dar cabo de nós.
E lá se vão os ideais humanistas…
Mas como não vão, realmente não vão, cá fica a culpa… a terrível culpa de não ser realmente, realmente tolerante.
- dar cabo delas (que o espirro as sufoque, que o arroto as engula)
ou
- dar cabo de nós.
E lá se vão os ideais humanistas…
Mas como não vão, realmente não vão, cá fica a culpa… a terrível culpa de não ser realmente, realmente tolerante.
domingo, outubro 01, 2006
Pessoa
Nada sou, nada posso, nada sigo.
Trago, por ilusão, meu ser comigo.
Não compreendo compreender, nem sei
Se hei-de ser, sendo nada, o que serei.
Fora disto, que é nada, sob o azul
Do lato céu um vento vão do sul
Acorda-me e estremece no verdor.
Ter razão, ter vitória, ter amor
Murcharam na haste morte da ilusão.
Sonhar é nada e não saber é vão.
Dorme na sombra, incerto coração.
Fernando Pessoa, 06.01.1923
Trago, por ilusão, meu ser comigo.
Não compreendo compreender, nem sei
Se hei-de ser, sendo nada, o que serei.
Fora disto, que é nada, sob o azul
Do lato céu um vento vão do sul
Acorda-me e estremece no verdor.
Ter razão, ter vitória, ter amor
Murcharam na haste morte da ilusão.
Sonhar é nada e não saber é vão.
Dorme na sombra, incerto coração.
Fernando Pessoa, 06.01.1923
segunda-feira, janeiro 16, 2006
O tempo
O tempo voa. Dias atrás uns dos outros. O tempo come os dias. Devora-os como a bagas de fruto maduro. Os meus dias voam. E só às vezes levanto a cabeça, quase sem querer, e reparo como já chove, como já veio o inverno, como já quase me esqueci do verão, como daqui a pouco outro verão estará aí para passar, rápido, e eu não cheguei a estrear o fato de banho novo do ano passado.
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