Sem resposta efectiva sobre se são ou não necessários, úteis, desejados, ou não, os artistas debatem-se com o veneno que, vindo de dentro, os obriga a viver a sua condição de inquisidores do grande paradoxo da vida.
E a pergunta sem resposta faz-se no seu espírito, amaciada por uma ou outra palavra de solidariedade, acirrada pelo silêncio da dúvida.
Nas artes colectivas, feitas no colectivo e destinadas a um colectivo (isto é, fora do umbigo, fora da gaveta) a pergunta é mesmo inevitável.
O teatro, por exemplo.
Nos tempos que correm, que sentido tem?
Faz falta a quem que não aos actores, que definham sem público?
Que sofrem ao ver extinguir-se a imagem de que também são espelho.